terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Freguesia do Olival


Hoje 2 de Fevereiro dia de N.Sª das Candeias e Feira do Adro, talvez o mais tradicional do Olival.
Há 42 anos quando vim para Ourém, era um dia para os olivalenses importante. Quem não vinha? Só quem não podia mesmo. Os naturais de lá vinham de todo o lado: Lisboa, França...
Ainda me recordo que para ir para Aldeia Nova, teríamos que dar a volta por Caxarias. Era impossível atravessar o Olival.
Hoje fiquei triste. As tradições vão acabando. Sei que a vida muda, mas havia tão pouca gente!
Uns pelo trabalho, outros porque a família acabou e não há uma razão forte.
Mas - Olival é Olival e a sua história é linda e interessante.


HISTÓRIA

O topónimo Olival de origem latino-visigótica sugere fecundidade!

De facto os vales férteis, os cursos de água e os montes soalheiros de Olival convidaram desde cedo à ocupação humana. Das mais antigas às mais recentes, passaram por aqui gentes dos diversos períodos da arqueologia; um dos sítios mais notáveis é a vila romana inscrita na sede de freguesia, mas outros há mais antigos como as estações pré-históricas de Paiveira, Cabeço de Óbidos e Casais dos Montes.

A história é antiga (denuncia-o o foral de 1178 que já fazia referência a Olival) e preenchida por episódios e monumentos emblemáticos – são eles a antiga igreja matriz fundada entre 1210 e 1211, associando-se-lhe um auto de inquirição de 1233 guardado no arquivo da catedral de Zamora; uma Albergaria fundada em 1323 por Martim Anes Bocifal; e a Capela da Conceição, que se julga erguida por Diogo da Praça no séc. XV.

Terra de gente com fé, em 1586 a paróquia de Olival já era formada e hoje concilia o culto com o usufruto cultural. Aconselha-se a visita à Capela da Conceição alpendurada (terá albergado pobres e viajantes) e cujo interior é revestido com frescos de St Ambrósio e St Agostinho, classificados de interesse público.

As margens ribeirinhas são repositórios de moinhos elucidativos da cultura cerealífera local, uns desactivados, outros persistem acesos na memória. Se há décadas atrás a agricultura impediu os movimentos migratórios, actualmente Olival é uma freguesia refeita pela indústria, prevalecendo os sectores da cerâmica e das madeiras.

E esta modernização económica tem sabido coadunar-se com as resistências estampadas nas casas rústicas da Aldeia Nova, ou nas quintas brasonadas e casas solarengas como as quintas da Serrana, da Mossomodia, da Granja, da Esperança e do Montalto.

Se bebe poesia não passe alheio à antiga casa do Poeta Acácio de Paiva, também conhecida como Casa das Conchas.

HERÁLDICA

Brasão - escudo lisonjado de prata e púrpura; brocante, uma mata de Oliveiras de verde e, em ponta, ondeado de azul e prata de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro «Olival-Ourém».
Bandeia - verde; cordão e borlas de prata e verde; haste e lança de ouro.
Selo - nos termos da lei, com a legenda «Junta de Freguesia do Olival – Ourém».


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