sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O CARÁCTER DO ARRAIANO



A CASA DO CASTELO - SABUGAL

Castelo de cinco quinas
Só há um em Portugal
À beira do Coa
Na vila do Sabugal


Falar da nossa terra é sempre assunto que nos dá muita alegria e saudade dos tempos que por lá passámos.
Terras de Riba Coa, também conhecidas por terra fria, por tocar os dois extremos tanto na época do calor, com calor de abafar, ou época do frio, com frio de rachar. Por isso se diz que lá há: nove meses de Inverno e três de Inferno.
Tenho pensado qual o motivo porque só à gente daquela zona apelidam de arraianos, quando a fronteira com Espanha é igual à fronteira com o mar.
Pelo tratado de Alcanizes, assinado por D. Dinis e D. Fernando IV (Castela) em 1297, ficaram definidos os limites do território português, tendo ficado desde essa data as terras de Riba Coa a pertencer a Portugal. Terá sido este o motivo pelo qual somos apelidados de arraianos?
Bom, de qualquer forma, somos apelidados de arraianos e sentimos muito orgulho com isso. É bom ser arraiano, gente humilde e bondosa, sempre de braços abertos para receber toda a gente, tanto amigos ou até desconhecidos.
Mas cuidado! Também têm o lado oposto. Quando sentem os calos apertados, aí bem unidos, estão sempre preparados para a defesa ou ataque. Não admira, também tocam os dois extremos, para o bem e para o mal.
Quando uma mulher é agressiva até se diz: olha aquela também usa a faca na liga, deve ser de Quadrazais. Isto porque é corrente dizer que a mulher de Quadrazais, usa a faca na liga para se defender.


Agora com toda a simplicidade de um " arraiano" vou tentar dedicar-lhe uns minutos especiais e escreve-los tal o sinto:

Arraiano duma figa
Ninguém te tira da mente
Não haverá alguém que diga
Que não és filho daquela gente

És rijo como pedra dura
Só quebras à martelada
Mas quando o amor perdura
És meigo, doce, marmelada

Terei sempre muito orgulho
Por ter nascido naquela terra
Pois quando em ti mergulho
Algo em mim se encerra

Apesar de já ausente
Estás sempre comigo
Em todos os momentos presente
És o meu melhor amigo

Muito fraco em palavra
Para dizer tudo o que sinto
Mas com muito orgulho as lavra
Podes querer que não minto

Presente o estro não está
Por aqui vamos ficar
Melhor dia virá
E não iremos claudicar




9 comentários:

mlu disse...

Uau!!! Temos mesmo poeta!
É verdade, conheço muitos «arraianos», colegas e não só. São boa gente, sim senhor.

maria mar disse...

eh lá! quando se aplica, a coisa vai! boa gente,sim sr, nao desfazendo dos ribatejanos!!!
ihihih

docanga disse...

Obrigado pelos elogios. Cada vez me sinto mais
arraiano.

maria mar disse...

Calma aí, ficou todo gordo com os elogios! Eu tambem disse "nao desfazendo dos ribatejanos" e... nao tive mimo nenhum!!!
;))

docanga disse...

Fiquei tão triste com este comentário, eu a pensar que os arraianos não se igualavam a mais ninguém. Mas vou ser simpático os ribatejanos estão em segundo lugar.

afigaro disse...

Eu prefiro os Ribatejanos: não necessitam dessa coisa pré-histórica, que dá pelo nome de "forcado" para enfrentar os toiros!...

docanga disse...

Forcão só há um e mais nenhum.É usado com muita pompa e circunstância pelos arraianos na linda região arraiana, nas nobres capeias.
O forcão está para os arraianos um bocadinho acima de um moço de forcado para os ribatejanos.

afigaro disse...

Quem não sabe caçar caça com um pau, no caso com o tal forcão ou o que é isso.

maria mar disse...

Ei, calma aí! É uma forma de tourear característica dos arraianos, mas que nada tem a ver com a ousadia, valor, coragem, salero do toureio apeado ou da pega com forcados. Aí sim, arriscam a vida.